"A integridade da Missão Dei na cidade: perspectiva Bíblico-teológica"
In.: Missão integral transformadora.
Jorge Henrique Barro
Jorge Henrique Barro
Jorge H. Barro casado com Denise tem dois filhos Pedro e João; é Doutor em Teologia pelo Fuller Theological Seminary (California, EUA), Mestre em Missiologia pelo Fuller Theological Seminary, Bacharel em Teologia pelo Seminário Presbiteriano do Norte (Recife, PE). É o atual Diretor da FTSA.; pastor auxiliar da 8ª Igreja Presbiteriana em Londrina e Secretário-Executivo da Fraternidade Teológica Latino-Americana no Brasil. Escreveu Ações Pastorais da Igreja com a Cidade (Editora Descoberta), De Cidade em Cidade (Editora Descoberta) e Uma Igreja sem Propósitos (Editora Mundo Cristão). Desenvolve pesquisa nas seguintes áreas: Missão Urbana; Missões; Lucas-Atos; Crescimento da Igreja; Eclesiologia; Teologia Latino-Americana; Teologia do Ministério. Junto com César Marques Lopes, organiza a revista Práxis Evangélica, publicação da FTSA. Professor de tempo integral na instituição.
Esta obra fora escrita sob a perspectiva teórica da Teologia contemporânea que defende a Missão Integral. Haja visto que trata de comentar frases do pacto de Lausanne e abordar questões éticas em sua totalidade.
Um capítulo do livro Missão Integral Transformadora, organizado por Manfred Waldemar Kohl e Antonio Carlos Barro, Publicado pela Editora Descoberta. Nela o autor trata de mostra “a integridade da missio dei na cidade” sob um “perspectiva biblico-teologica”.
Na primeira sessão em tem como titulo “Do Jardim do Éden à Nova Jerusalém: A Cidade na Bíblia”. O autor trata de mostrar que estamos vivendo um período precedido pelo jardim e que antecede a nova Jerusalém “na lembrança do que era e na esperança do que virá” (p.177). Ressalta ainda que Deus, o “Deus-da-relação”, desde a queda até hoje continua a perguntar “onde estás”. E como parte da nossa missão devemos ajudar as pessoas a responderem a esta pergunta (p. 178). Reafirma a importância e perfeição das duas cidades Éden e a Nova Jerusalém e que vivemos na Velha Jerusalém. Da qual ele tratará na próxima sessão.
Na segunda sessão intitulada “Depois do Jardim do Éden e antes da Nova Jerusalém”: A Velha cidade (Jerusalém) o Dr. Jorge mostra que este período é marcado pela busca de “Pão sombra e água fresca” e “Para conseguir essas coisas ele é capaz de tudo: de amar e odiar, de abençoar e amaldiçoar, de salvar e matar, de construir e destruir. E as cidades passam afazer parte integrante desta historia” (p. 179). Mostra ainda que a cidade de Babel é tudo aquilo que Deus não queria para as cidades. Uma uniformidade, representada por uma língua, um povo que tinham tudo em comum menos a Deus. O ideal d’Ele para a cidade e a “unidade em meio à diversidade” assim como encontramos nos grandes centros urbanos.
Nesta sessão o autor começa a responder às perguntas temáticas de sua obra. “O que Deus pensa da cidade?” para isso ele começa frisando o amor de Deus pela cidade, a qual ele trata como se fosse sua, e criticando o pensamento errôneo acerca da cidade que afirma que ela pertence ao maligno. Ao citar o texto de Ezequiel 16 ele mostra que Deus reafirma o seu amor e seu sofrimento pela situação de calamidade em que a cidade se encontra, bem como a sua alegria e disponibilidade para restaurar. “Do ponto de vista cultural, a restauração das praças, parques e lugares turísticos são também obras dignas para manifestar a glória de Deus” (p. 189).
A próxima pergunta a ser respondida é “onde Deus está na cidade?” Respondendo a esta pergunta o autor mostra que Deus está em meio a todas as cousas que acontecem nas cidades. Ele está “no meio do quebrado e contundido, do atordoado e desorientado, do fraco e vulnerável, do mórbido e da morte” (p. 189). Critica duramente a concepção errônea de um Deus transcendente que está aquém de todas as coisas horríveis que acontecem. Mas podemos ver Deus em cada ato de bondade.
“O que Deus quer que sua igreja seja na cidade?” este é o título da quinta e última sessão onde o Dr. Jorge mostra que Deus deseja que a igreja seja para a cidade um lugar acolhedora “um centro de hospitalidade”, “um centro de e refúgio” para todos os tipos de pessoas com os mais diversos problemas.
O autor inicia sua obra comentando, com maestria, sobre referênciais bíblicos para as cidades: o Jardim do Éden e a Nova Jerusalém, mostra que assim como se tem uma concepção unilateral para o jardim do éden acontece com as cidades, todavia os que assim pensam esquecem que Deus o criou como perfeito e bom. Fato que o autor faz questão de ressaltar. Este trabalho constitui-se numa excelente obra literária concernente a correta perspectiva de missões urbanas. Verdades são expostas com uma linguagem clara a respeito do pensamento de Deus sobre a cidade, bem como a responsabilidade da igreja em cumprimento de sua missão integral que deve conduzir a cidade, através de suas práticas, a responderem o “onde estás” de Deus.
Creio que cada igreja local precisaria refletir sobre seu papel na cidade deixar de ser uma igreja na comunidade e ser a igreja da comunidade. Convivendo com as diversidades das cidades refletindo a glória de Deus e mostrando que Ele está ai.
Pr. Josel Pereira Santos
25/08/2006